A criação do Clube Belo Horizonte, um dos mais tradicionais da cidade, remonta à época da inauguração da capital mineira. Já no ano de 1900, era fundado pelos novos habitantes da cidade, sua maior parte originários de Ouro Preto e Rio de Janeiro, o "Clube Rose" depois nomeado Clube das Violetas  que funcionou como uma espécie de embrião do Clube Belo Horizonte. 

Era neste local que as primeiras famílias belo-horizontinas se reuniam a fim de se divertir. Prova disso é o fato da primeira sede do Clube  o famoso palacete do Comendador Stockel (Rua Guajajaras), em seus primeiros anos, ter sido um dos pontos mais concorridos e bem freqüentados da cidade. 

Apesar de todo glamour que o cercava, no entanto, já em fevereiro de 1901, a agremiação teve que fechar suas portas devido à falta de verbas para sua manutenção. Ainda assim, três anos depois, a elite belo-horizontina ganhava um novo clube social: Clube Belo horizonte, fundado pelos antigos sócios do Rose e instalado no mesmo palacete Stockel.

Já em 1911, a sede da associação foi transferida para o sobrado pertencente a Francisco Mendes Pimentel, na esquina da Rua da Bahia com Avenida Afonso Pena  onde funcionou por vários anos o Cine Odeon. Nestas vizinhanças, aliás, estavam também instalados outros importantes estabelecimentos comerciais da cidade como a Casa Lotérica Giacomo, a Churrascaria Flor de Minas, além do famoso Bar do Ponto.

A sede definitiva do clube, onde ele funcionou por exatos cinqüenta anos, por sua vez, só começou a ser construída no ano de 1926. Neste ano, foram lançadas as primeiras estacas da nova sede, na esquina da Rua da Bahia com Avenida Álvares Cabral, sob a direção do engenheiro Alfredo Santhiago. O prédio, projetado pelo engenheiro Luiz Signorelli, é tido como a primeira edificação da capital a usar vigas de concreto armado.

Com sua nova sede inaugurada, em 1928, o clube Belo Horizonte passou a viver um longo período de glamour. No local, se reuniam intelectuais, boêmios, além de importantes nomes da política, economia e administração mineira. Vale lembrar, no entanto, que somente a ala social do clube funcionava à Rua da Bahia.

Um fato marcante para a história do Clube Belo Horizonte foi, em 1941, quando a Rádio Cinema Guarani, um dos veículos de comunicação do Grupo Diários dos Associados, pertencentes ao Sr. assis Chateaubriand, instalou-se no andar térreo do edifício-sede do Clube Belo Horizonte. Assim como já havia acontecido desde a fundação da agremiação, o clube dividia mais uma vez o espaço com um cinema, primeiro com o Odeon, ainda no século X, e desta vez com o Cinema Guarani, o qual despontava entre os principais da cidade.

Em 1975, o Clube Belo Horizonte, por meio de uma Assembleia Geral , deliberou colocar seu histórico e imponente edifício da Rua da Bahia em leilão. Na época, a decisão foi difícil, não só para os antigos sócios, mas, também para a polêmica  imprensa, que tratou de notificar o fato temendo a perda do cinema instalado no prédio desde 1941.

Para  se despedir de uma época e marcar uma nova etapa na história do Clube Belo Horizonte, foi realizado o baile de despedi da antiga sede social. O evento foi noticiado no Diário de Minas. Enquanto isso a secretaria foi transeferida para Rua Sapucaí, 272 Loja.

A sede campestre do clube, por sua vez,  foi instalada às margens da lagoa da Pampulha, para onde toda a agremiação seria transferida em 1978.

Continua...